Micropartícula reforçada com escudo de silício chega ao intestino e reduz efeitos de inflamação
Imagem: Pixabay
Pesquisadores da USP e do Hospital Israelita Albert Einstein desenvolveram micropartículas contendo o peptídeo AC2-26, derivado da proteína anexina A1, que reduziram a inflamação e os sintomas de Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) em camundongos. As micropartículas, feitas de silício e reforçadas com polímeros, entregam o peptídeo diretamente ao intestino, evitando a administração por injeção, considerada mais invasiva. O estudo foi publicado na revista International Journal of Nanomedicine.
DIIs, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, são inflamações crônicas do trato gastrointestinal. Milena Broering, em sua tese de doutorado orientada pela professora Sandra Farsky da USP, destaca que essas doenças, sem cura, são tratadas com medicamentos que apenas diminuem a inflamação, com efeitos limitados e custos elevados.
O peptídeo AC2-26 mostrou potencial em controlar a resposta inflamatória e promover a regeneração tecidual. Testes em camundongos com colite induzida demonstraram que, após um dia de tratamento, os animais começaram a recuperar peso e reduziram os sinais clínicos da doença. As micropartículas utilizadas, chamadas Santa Barbara Amorphous (SBA-15), foram otimizadas com o polímero Eudragit® para proteger o peptídeo até o intestino.
O desenvolvimento deste tratamento é complexo e pode levar de 10 a 15 anos para estar disponível clinicamente, dependendo do sucesso em cada etapa e das aprovações necessárias. A pesquisa contou com a colaboração de diversas instituições e especialistas, tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.
Por Jornal da USP
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