Pico da pandemia no Brasil deve ocorrer em agosto, segundo a OMS
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que o Brasil ainda não chegou ao pico do coronavírus. A avaliação da entidade é que o país enfrente o auge dos casos da Covid-19 em agosto, junto com outros países da América do Sul, como Argentina, Peru e Bolívia.
O Brasil iniciou o segundo semestre de 2020 com mais de 60 mil mortes por coronavírus e é o principal local de proliferação da doença na América Latina. O país vem oscilando no número diário de casos confirmados, mas desde o dia 29 de junho vem apresentando crescimento na curva de contaminação.
“Conforme as condições atuais, acredita-se que a pandemia atingirá um pico no Chile e na Colômbia em meados de julho, mas na Argentina, Brasil, Bolívia e Peru só em agosto, e a Costa Rica só achatará sua curva de infecções em outubro”, avaliou a diretora da Opas, Carissa Etienne, em entrevista coletiva.
Na opinião do médico infectologista e especialista em saúde pública, doutor Eder Gatti, as dimensões continentais do Brasil dificultam a projeção do cenário da Covid-19 no país. Para Gatti, o pico da doença ainda está por vir.
“Hoje vivemos um cenário onde atingimos um número significativo de casos e óbitos, mas ainda há um grande número de suscetíveis à nossa população em diversas localidades do país. Isso mostra que a doença ainda tem muito que evoluir no Brasil. Então, acredito que a gente ainda não viu o pico, vamos ver isso mais para frente”, opina.
Interiorização
O Ministério da Saúde alertou nesta semana para o avanço da Covid-19 no interior do país. Os números da pasta apontam que os casos em municípios do interior têm avançado mais rápido do que em capitais e regiões metropolitanas.
Segundo o Governo Federal, 90,1% dos 5.570 municípios brasileiros apresentam registros confirmados de coronavírus. No cenário das mortes, o percentual cai quase pela metade – 2.551 cidades (45,8%) já registraram óbitos por Covid-19.
“O coronavírus se apresenta em diferentes estágios nas mais diversas localidades do país. As grandes metrópoles registraram uma ocorrência e ascensão mais precoce do vírus. Agora estamos vendo o fenômeno de interiorização e um aumento significativo e isso está empurrando para cima os dados brasileiros. Certamente mantenhamos números ascendentes”, destaca o doutor Eder Gatti.
No Nordeste, por exemplo, no intervalo de uma semana, houve aumento de 5% nos casos confirmados e 6% nos óbitos. Já no Centro-Oeste, os números sobem 9% de aumento nos casos e 36% nas mortes.
Segundo o painel de monitoramento da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, são quase 11 milhões de registros confirmados de coronavírus ao redor do mundo.
Com informações de Brasil 61
Editor Local de Saúde: Willen Moura
Editor Local de Saúde: Willen Moura
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