Nanomedicina: Medicamento para esclerose passa por testes preliminares com potencial contra vírus da covid
No Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, uma pesquisa testou com sucesso um medicamento já usado no tratamento da esclerose múltipla para eliminar o vírus da covid-19. No estudo, feito em laboratório com células infectadas pelo vírus, o fármaco, envolvido em cápsulas mil vezes menores que uma célula humana, conseguiu destruir o coronavírus usando uma concentração do medicamento 60 vezes menor que a versão não encapsulada, o que deverá reduzir efeitos colaterais. Concluída a primeira etapa da pesquisa, a meta é realizar testes clínicos em pacientes e obter a futura aprovação do medicamento para tratar a covid-19.
Os resultados da pesquisa são descritos na revista científica norte-americana ACS Applied Bio Materials, publicada nos Estados Unidos. Os pesquisadores realizaram testes in vitro em laboratório, usando células normais e infectadas, com o fingolimode, um fármaco tradicionalmente utilizado para tratamento da esclerose múltipla. “O objetivo dos estudos é o reposicionamento de fármacos para terapia da covid-19 usando nanotecnologia”, afirma o professor Valtencir Zucolotto, do IFSC, coordenador do estudo. “Isso é feito através da incorporação do fármaco em nanocápsulas poliméricas para construir um novo sistema de entrega controlada com mais eficácia, um campo de pesquisa conhecido como nanomedicina.”
De acordo com o professor, não houve modificações na molécula do fármaco para os testes com o vírus da covid-19. “O que fizemos foi encapsular o fingolimode em nanocápsulas poliméricas”, ressalta. “Essas nanocápsulas têm cerca de 100 nanômetros (nm) de diâmetro, mil vezes menor que uma célula humana, e por isso podem ser direcionadas às células doentes, aumentando a concentração localizada do fármaco e diminuindo, assim, os efeitos colaterais.”
Com informações do Jornal da USP
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Editor de Saúde: Willen Moura
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